Pouco mais de um mês depois da simbólica data de nascimento do sétimo bilionésimo bebê, no dia 5 de Dezembro, o Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares IEAT/UFMG trouxe o professor Ronald Lee, aclamado demógrafo da universidade de Berkeley, para falar sobre consequências do envelhecimento nos modelos de transferências de renda intergeracionais. Aproveitando a deixa, o CEDEPLAR organizou workshop do projeto NTA (National Transfers Accounts), trazendo também os professores Emílio Zagheni e Miguel Romero Sanchez do instituto Max Planck. O NTA é um esforço de unificar a contabilização para comparação internacional e assim observarmos comparação entre os países e entender as diferenças de como eles lidam com problemas como previdência, transferências de gastos para os dependentes, saúde, educação e muitos outros temas e assim propor modelos.
No Cedeplar o projeto NTA é coordenado pelo prof. Cássio M. Turra, e conta com importante participação dos prof. Bernado Lanza e a doutora Elisenda Perez. Os debates trazidos pelos palestrantes foram muito interessantes e na ocasião foi lançado o livro que se encontra no site do NTA.
Ronald Lee fez um panorama geral das transições entre os modelos de países ressaltando a questão das transferências intergeracionais e a repartição da origem das transferências de acordo com três informações: transferências diretas, rendimentos financeiros e rendimentos do trabalho. Maiores detalhamentos do trabalho podem ser encontrados aqui. Emílio Zagheni trouxe interessante perspectiva da demografia digital com o uso de informações de e-mail para captar movimentos de migração entre países da Europa. Para isso ele usou a marcação de local de acordo com a procedência de e-mails, levando em conta que a conexão das pessoas é bastante perene. Quase não há, hoje em dia, situação de um migrante que não use sistema de e-mail, mesmo em viagem. Além disso o e-mail é pessoal, podendo quase que exclusivamente ligá-lo a pessoa e os seus vários locais de conexão ao longo do tempo. Miguel R. Sanchez apresentou modelos de simulação muito interessantes para captar.os efeitos da transição demográfica no crescimento econômico. Miguel estudou o caso de Taiwan que já passou por uma transição quase completa (uma transição nunca se completa de verdade) e encontrou um efeito de 22% de crescimento em 40 anos, é cerca de meio por cento de crescimento do PIB a cada ano. Pode parecer pouco, mas vale lembrar que é uma estimativa conservadora, pois efeitos da transição em outros aspectos como educação, produtividade, podem se somar, além disso ele calculou também efeitos na poupança líquida e taxa de investimento.
Segue, então, vídeo da palestra proferida pelo professor Ronald Lee.
(parte 1)
(parte 1)
(parte 2)
(parte 3 - Final)
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