sábado, 2 de outubro de 2010

Atlas Shrugged de Ayn Rand: reedição da ed Sextante

A editora sextante relançou a obra mais famosas de Ayn Rand:

http://www.esextante.com.br/

Teve o título traduzido como "A Revolta de Atlas" está 69,90 e conta com três volumes.

Comecei a ler o livro em inglês e não prossegui na leitura pois o livro era de biblioteca pública com prazos curtos e renovação presencial, ou seja, não estava com tempo para ler e a renovação era um pé no saco.

Tô achando o preço um pouco salgado, o livro em inglês era essa mesma capa porém um só volume com folhas finas de livro de bolso. Em lojas dos EUA custa em média 10 a 15 dólares. Em tempos de real valorizado isso não passa de 25 Reais.

A diferença de R$ 69,90 - R$ 25,00 = R$ 44,90 é o valor da tradução, a escassez de leitura no Brasil (pouca oferta, consumidores que compram são aqueles em que o excedente é alto), estratégia de vendas (vender pouco mas para quem paga caro), Impostos Indiretos* e custo Brasil.

Tá bom para vocês ou querem mais?!

De todo modo, vale muito a pena conferir.

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* Esse post foi alterado no dia 23/10/2010. Onde antes se lia apenas "impostos" está "impostos indiretos". A troca se dá a título de precisão, pois aos livros cabe a distinção da não incidência de alguns dos impostos diretos do Brasil: ICMS, IPI, Imposto de Importação (II) e Imposto de Expotação (IE). No entendimento atual do STF, vale a incidência do PIS, COFINS, IRPJ e o Imposto sobre o Lucro Líquido (ISLL), pois o fato gerador de tais impostos é o lucro das empresas e não a comercialização do bem.

Encontrei aqui em um sítio tributosdf uma boa explicação sobre o assunto.

Então, há alguns impostos diretos incidentes sobre os livros, porém bem menos do que nas demais mercadorias em geral do país. Esse ponto gerou polêmica e uma longa thread em uma lista de e-mails para discussão de economia. Um colega participante chamou atenção para a insenção dos livros. Em sua concepção impostos indiretos fazem parte do custo Brasil. Caso eu tivesse me referindo aos impostos indiretos no meu conceito de custo Brasil, haveria dupla contagem em mencionar o custo Brasil e impostos separadamente.

O conceito de custo Brasil é bem genérico, não é ponto estabelecido, pois é usado basicamente para explicar o preço elevado não competitivo que temos em alguns setores. Eu costumo a separá-lo dos impostos. Custo Brasil em minha concepção são:

- custos burocráticos
- falta de infra-estrutura ou indadequada
- corrupção,
- superfaturamento
- desperdício e ineficiência

Impostos diretos e indiretos não são custo Brasil, pois eles não são uma particularidade brasileira. Talvez seja uma particularidade o código tributário complexo, mas aí seria questão de acrescentar ao custo Brasil a legislação tributária que demanda tempo para destrinchá-la e aplicá-la ou até se esquivar dela e não os impostos propriamente.

Os impostos são iguais impostos diretos + impostos indiretos. Considero como impostos os tributos e contribuições (que não são tão voluntárias no Brasil). E lembrando sempre que a incidência tributária econômica depende das elasticidades e não do que está propriamente passado na lei. Dessa forma, dependendo da elasticidade de oferta e demanda os impostos indiretos que incidem sobre os insumos de produção podem acrescentar uma parte considerável ao preço final dos livros.

O sistema brasileiro de impostos é tão emaranhado e com tantas incidências em cascata, que é praticamente impossível considerar que há alguma mercadoria final completamente isenta em nosso país. Não é a toa que nossa carga tributária (total da arrecadação/PIB) e o estímulo a informalidade são elevados. Dessa forma, os impostos além de elevarem o preço da forma que podemos estabelecer pelo simples computo da alíquota*base, elevam de maneira dificíl de estabelecer os preços por conta de acréscimos de impostos indiretos aos custos, teríamos de contar os impostos em toda cadeia. Na questão do livro, ajudaria saber:

Quanto foi repassado de impostos no preço das mercadorias utilizadas nos insumos, no capital e trabalho empregados na confecção do livro? E qual o poder das editoras em repassar esses impostos que pagou indiretamente nos insumos, custos variáveis e fixos ao consumidor final?

Espero que o ponto fique mais claro. Obrigado.

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