São 159 dias desde o primeiro caso confirmado no Brasil e 139 dias desde o primeiro óbito confirmado em São Paulo. A Pandemia começa a enfraquecer neste final de Julho. Finalmente. Depois de algum tempo em que fiz minha previsão sobre o pico da pandemia, o país entrou em um demorado platô do número elevado de mortes. Embora para alguns estados como AM, PA e CE, o pico ocorreu de maneira não tão prolongada e de maneira mais curta, para vários estados populosos do Sul e Sudeste a pandemia se alastrou com uma dinâmica arrastada.
Os Estados Unidos também tiveram tiveram um platô demorado. Mais ainda, tiveram recentemente (no meio de Julho) recrudescimento dos casos e consequentemente das mortes por Covid-19. Lá eles estão no verão, nós aqui atravessamos o inverno, aqui para minha região especialmente frio.* Não se sabe exatamente como o clima influencia no comportamento do vírus mas se sabe que influencia nas doenças do trato respiratório e existe uma preocupação para a nova temporada de inverno no hemisfério norte que ainda irá começar ao terminar esse ano. Assim como é difícil saber como isso influenciou para a lentidão da queda por aqui na América do Sul, em especial, para o Brasil.
Valeria a pena os especialistas estudarem como grandes países com circulação irrestrita de habitantes terão uma epidemia de cunho mais demorado, isso porque o leva-e-traz do vírus será muito importante para o reaparecimento de casos em estados que estavam antes fechados. Outro ponto relacionado é que os Estados brasileiros onde a crise do coronavírus foi mais aguda (os destacados AM, PA e CE) estão em queda já há alguns dias. Rio de Janeiro apresenta queda muito fraca, talvez por conta da vizinhança com ES, MG e SP.
O acompanhamento mais recente dos casos está no gráfico 1 abaixo, nele agrupei as mortes a cada quatro dias como nas postagens anteriores. A intenção é a de dirimir (um pouco) o efeito da sazonalidade e ter uma resposta um pouco mais sensível do que o período de uma semana. Como novidade, apresento também o gráfico 2 que traz o mesmo princípio, porém no intervalo de 7 dias (uma semana).
Gráfico 1 - Número de mortes a cada 4 dias
Fonte: Dados oficiais do Ministério da Saúde, https://covid.saude.gov.br/ elaborados pelo autor. Atualizado 03/08/2020.
Gráfico 2 - Número de mortes a cada 7 dias (semanal)
Fonte: Dados oficiais do Ministério da Saúde, https://covid.saude.gov.br/ elaborados pelo autor.
Gráfico 3 - Crescimento no número acumulado de mortes nos últimos 96 dias COVID-19
Gráfico 4 - Crescimento no número acum. de mortes nos últimos 96 dias COVID-19 (Detalhe)
Tabela 1 - Projeções do Número de mortes acumuladas por Covid-19 até o final deste ano
Tipo | Pessimista | Média | Otimista |
Logarítmica | 70.754.932 | 1.443.192 | 209.596 |
Linear | 2.976.884 | 206.379 | 66.065 |
Logística | 210.000 | 95.000 | 80.000 |
Fonte: Projeções elaboradas pelo autor em 03/06/2020.
Aparentemente estamos caminhando para a previsão da logística pessimista ou da logarítmica otimista. O que me ajuda a sustentar isso é o gráfico 5 abaixo, veja como o crescimento do número acumulado de mortes para o Brasil está mais perto da linha vermelha do intervalo de confiança para o limite mínimo a 95%, a linha vermelha inclusive parece a nova linha média, isso indica que é hora de fazer uma nova correção dessa estimativa para ela ficar mais precisa (farei isso dentro de alguns dias).
Aparentemente estamos caminhando para a previsão da logística pessimista ou da logarítmica otimista. O que me ajuda a sustentar isso é o gráfico 5 abaixo, veja como o crescimento do número acumulado de mortes para o Brasil está mais perto da linha vermelha do intervalo de confiança para o limite mínimo a 95%, a linha vermelha inclusive parece a nova linha média, isso indica que é hora de fazer uma nova correção dessa estimativa para ela ficar mais precisa (farei isso dentro de alguns dias).
Gráfico 5 - Regressão para as taxas de crescimento de Óbitos, Brasil.
Fonte: Dados oficiais do Ministério da Saúde, https://covid.saude.gov.br/ elaborados pelo autor. Regressão elaborada pelo autor.
Já a curva logística otimista acompanhou bem os dados da pandemia no Brasil há duas semanas atrás, mais ou menos. Como o número de mortes até o final do ano já ultrapassou os 80 mil, a curva perdeu o ajuste por volta do 130º dia. Nesse caso, mudei para uma logística meio termo: não tão pessimista quanto apresentada pela tabela 1, mas que não é ainda a Logística Média, que será ultrapassada em poucos dias. Essa nova logística pode ser vista no gráfico 6 abaixo.**
Essas postagens com muitos gráficos me dão um pouco de trabalho para serem realizadas e vou deixá-las, desta postagem em diante, um pouco mais esparsas. Farei uma postagem amanhã só com o gráfico da curva de mortes diárias pois ela traz uma boa ideia de como a epidemia está (e em qual fase) progredindo em cada estado e em breve, voltando ao plano econômico, pretendo fazer uma análise rápida de custo e benefício das opções de políticas que foram trilhadas ao longo dessa pandemia, vamos tentar entender o custo dessas escolhas. Continuarei acompanhando esses dados, mas com postagens menos frequentes, para não descaracterizar demais o blog e para me sobrar tempo para postagens sobre outros assuntos.
Já a curva logística otimista acompanhou bem os dados da pandemia no Brasil há duas semanas atrás, mais ou menos. Como o número de mortes até o final do ano já ultrapassou os 80 mil, a curva perdeu o ajuste por volta do 130º dia. Nesse caso, mudei para uma logística meio termo: não tão pessimista quanto apresentada pela tabela 1, mas que não é ainda a Logística Média, que será ultrapassada em poucos dias. Essa nova logística pode ser vista no gráfico 6 abaixo.**
Gráfico 6 - Curva Logística para o Total de Óbitos até o final do ano (nova projeção).
Fonte: Dados oficiais do Ministério da Saúde, https://covid.saude.gov.br/ elaborados pelo autor. Projeção elaborada pelo autor.
Essas postagens com muitos gráficos me dão um pouco de trabalho para serem realizadas e vou deixá-las, desta postagem em diante, um pouco mais esparsas. Farei uma postagem amanhã só com o gráfico da curva de mortes diárias pois ela traz uma boa ideia de como a epidemia está (e em qual fase) progredindo em cada estado e em breve, voltando ao plano econômico, pretendo fazer uma análise rápida de custo e benefício das opções de políticas que foram trilhadas ao longo dessa pandemia, vamos tentar entender o custo dessas escolhas. Continuarei acompanhando esses dados, mas com postagens menos frequentes, para não descaracterizar demais o blog e para me sobrar tempo para postagens sobre outros assuntos.
* Este ano, por conta do meu filho que ainda é um bebê nascido há poucos meses, eu tenho acompanhado a temperatura diariamente, especialmente no inverno. Estou tentando adivinhar quão fria será a noite. Não sei se por conta disso, estou achando o frio aqui na minha cidade rigoroso (e olha que estou medindo a temperatura dentro de casa), lá fora creio que devemos estar com mínimas perto dessa dessa média histórica do gráfico aí de baixo. Vasculhando sobre o assunto descobri que saber com precisão a temperatura de uma cidade pequena como Mariana não é tarefa fácil, fui no site do INPE e não achei os dados da estação mais próxima que fica aqui. Enfim, existem várias técnicas e no momento que escrevo o meu smartphone diz estar 11º (ontem em mesmo horário foi 8º).
Fonte: dados de 1982 até 2013 do site pt-climate.org, não coloco o link pois o site tem tanto anúncio que deu até um crash no meu navegador aqui ao usá-lo.
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